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slow é mais, fast é menos

Quanto tempo você gasta por dia comendo? Os franceses passam, em média, é claro, duas horas e quinze minutos por dia comendo. Vendo um programa de Jamie Oliver visitando os Pireneus, a cordilheira entre França e Espanha, descobri que por lá, é costume fechar o comércio por duas horas para o almoço, mais ou menos como a siesta espanhola. Também é costume fazer compras em feiras de pequenos produtores da região – legumes, verduras, frutas, cogumelos, carnes, queijos e embutidos. E a melhor coisa: todo mundo é saudável, mesmo comendo manteiga, creme de leite e queijos gordos. O que os habitantes destas cidades fazem é algo que ganha cada vez mais adeptos ao redor do mundo, um movimento chamado Slow Food.

O Slow Food não é simplesmente comer uma boa refeição tranquilamente, mas um manifesto contra o chamado fast life, este corre-corre diário padronizado e industrializado. O lema é fazer as pessoas desenvolverem uma relação com o que comem, ou melhor, ter mais consciência do que comem e uma melhor relação entre as pessoas. Quantas família fazem alguma refeição juntas hoje em dia?

O movimento acredita na tríplice “bom, limpo e justo”: o alimento deve ser bom, gostoso, mas tendo boa procedência, ou seja, cultivado de forma limpa, sem prejuízos à natureza, ao homem e animais, e quem produz deve receber um preço justo por seu trabalho. Aí entra outra questão. O pequeno produtor.

Vá ao supermercado e compre um pé de alface. Depois, vá comprar uma alface de um produtor orgânico que comercializa as próprias verduras. Se você não conseguir diferenciar o sabor, corte a língua e entre para a fila de transplante! Tá certo que a alface do pequeno produtor é mais cara, mas os benefícios vão além do sabor. Produzindo menos, ele tem mais controle e não precisa de adubo químico nem de agrotóxicos – bom para a sua saúde, bom para o produtor e bom para o meio ambiente. Além disso, esta preocupação estimula a culinária regional, sempre perigando virar qualquer coisa com salsinha picada ao redor.

O movimento Slow Food nasceu na Itália, em 1986, quando o McDonalds inaugurou um restaurante em Roma. Os italianos fizeram barulho e o jornalista Carlo Petrini criou o movimento, realmente um manifesto contra a padronização e industrialização do sabor.

Em poucas palavras, Slow Food é transformar alimentos cultivados e criados de forma justa e limpa em pratos saborosos para serem degustados numa mesa com pessoas que se gosta. Simples, não? O “come devagar, garoto” sempre fez muito sentido!

Para mais informações, entre no site do Slow Food Brasil.