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jamie oliver para todos

jamie oliver 15 minutesMais de 50 horas de programas de Jamie Oliver foram vendidos para a Globosat (leia-se GNT) e Fox Life, que devem estrear ao longo do ano. Os programas são: Jamie’s 15 Minute Meals (2012), Jamie Cooks Summer (2011), Jamie’s Christmas with Bells On (2011), Jamie’s Great Festival (2012) e Jamie’s Great Britain (2011).

O fim de 2012 e o início de 2013 teve grandes estreias no incrível e gigantesco reino dos programas gastronômicos. Na Inglaterra, Jamie Oliver e o melhor amigo Jimmy Doherty (O Laboratório Gastronômico de Jimmy) estrearam Jamie & Jimmy’s Food Fight Club. Nos Estados Unidos, Nigella,  Anthony Bourdain, Ludo Lefebvre e Brian Malarkey lançaram o The Taste, o “The Voice gastronômico”, com Nigella e Bourdain também trabalhando como produtores.

Jamie & Jimmy’s Food Fight Club é uma série em quatro episódios para o Channel 4 sobre como a cozinha britânica melhorou nos últimos anos. Na verdade, é uma “competição” de produtos ingleses contra produtos do resto do mundo. A crítica não foi positiva, disse que é uma série mais sobre a amizade de Jamie e Jimmy do que qualquer outra coisa. E quando a crítica fala da amizade, quer dizer que são longos momentos dos dois falando sobre Chewbacca, ordenhando uma cabra na cara do outro ou momentos constrangedores como uma volta de montanha-russa. O The Guardian o classificou como “o programa culinário menos inteligente que se tem notícia”. O The Taste também não recebeu críticas muito positivas. Os dois programas não têm previsão de estreia no Brasil.

filé de brontossauro

O homem nunca conviveu com dinossauros, isso só aconteceu nos episódios do Flintstones, da Família Dinossauro, do Elo Perdido, nos filmes do Parque dos Dinossauros… enfim, só na ficção. Mas o Homem das Cavernas caçou animais tão grandes quanto, como o mamute. O interessante, é que o Homem das Cavernas como imaginamos só entrou para o nosso imaginário depois de um salto evolutivo, e tem a ver com alimentação.

Sabe-se muito e, ao mesmo tempo, muito pouco sobre nossos antepassados de milhões de anos. O esqueleto bípede mais antigo que se tem notícia tem de 3,8 a 4 milhões de anos e foi justamente neste estágio da evolução, talvez um pouco mais a frente, que o homem, os famosos australopiteco e Homo habilis, na áfrica oriental começaram a caçar. Isso, há cerca de 2,5 a 1,5 milhão de anos. Até então, a alimentação era exclusivamente vegetariana e o australopiteco foi obrigado a encontrar outras fontes de alimento depois de migrar para áreas onde a quantidade de alimento vegetariano era menor. Se ele se tornou bípede, isso facilitou a caça, porém ele realmente caçava ou aproveitava os restos deixados por animais? A resposta ninguém sabe ao certo, mas pelo que tudo indica, as duas coisas. Caçar exigia muito do homem, além de arriscado. Um mamute, ou um mesmo um animal de porte menor, podia matar com um só movimento. E o homem, mesmo evoluído, ainda era bem primitivo. Então o homem aproveitava restos, mas quando a coisa apertava, o jeito era enfrentar o bicho.

Como disse no outro parágrafo, muito se sabe e também pouco se sabe. São teorias que fazem sentido, mas qualquer descoberta, estudo ou análise pode alterar tudo. No último sábado, foi noticiado a descoberta de fósseis na Ucrânia mostra que o Homo sapiens era uma criatura vaidosa e canibal. Além de adornos feitos de ossos e presas, havia um crânio rachado exatamente como eles rachavam os crânios de animais para a retirada do miolo. Tal prática devia ter uma conotação “religiosa”, como a de tribos que comem partes de adversários mortos para mostrar coragem e poder. Por enquanto, é apenas uma suposição. Mas o que isso tem a ver com a História da Alimentação? Bom, se a carne tem papel de destaque hoje – vamos lembrar que em quase todas as culturas, a carne sempre foi a estrela em cerimônias, festas e oferendas -, é importante saber quando, como e por que o homem se tornou onívoro. E não pense que paramos de evoluir!

tortas com flavio federico

Manhã de sábado fria. Entrei no táxi em direção à Avenida Santo Amaro e desci bem em frente ao prédio onde fuciona a cozinha central da Flavio Federico, antiga Sódoces, um prédio acima de qualquer suspeita, porque no interior dele, planejava-se um crime contra qualquer dieta – mas tudo bem, nunca estou de dieta, mesmo! Virei comparsa.

Fui recebido pela diretora geral e mulher do chef, Angela Federico. Na sala de espera, algumas senhoras bem vestidas, uma estudante da Estácio, uma menina também bem vestida e um rapaz. Cinco minutos de conversa e fomos para o que interessava. A cozinha era linda, limpa e organizada (depois de ver certas cozinhas, eu fico emocionado quando vejo uma assim), cada coisa em seu lugar. Sobre as bancadas, as apostilas com todas as fichas técnicas explicadas em detalhes, incluindo fornecedores, e claro, a batedeira para a apresentação.

Flavio Federico formou-se em Direito, mas também como chef confeiteiro. O que mais gosto nele é que ele não tem interesse em fazer a pâtisserie clássica, mas em usar o que nós temos, os nossos regionalismos em suas criações. Um exemplo disso é o macaron de rapadura com cupuaçu, isso sem falar em outras criações envolvendo frutas que eu nunca ouvi falar na vida. Enfim, um homem que acredita numa confeitaria honesta. Ouvindo ele falar, dando cada pulo do gato, percebi que aquilo não era uma aula de culinária, mas de gastronomia, pois englobava muito mais que cada ingrediente ou modo de fazer daquelas fichas técnicas. Ele me abriu infinitas possibilidades a partir de apenas 3 tortas.

Mas que tortas? Torta Frangipane de Amêndoas, Maça e Whisky. Torta Suprema de Chocolate com Pranilé de Avelãs. Torta de Damasco com Jasmim e Hibisco. Qual ficou melhor? Sinceramente e honestamente, não sei. Meu bolo favorito de damasco da Kurt teve sua posição abalada.

slow é mais, fast é menos

Quanto tempo você gasta por dia comendo? Os franceses passam, em média, é claro, duas horas e quinze minutos por dia comendo. Vendo um programa de Jamie Oliver visitando os Pireneus, a cordilheira entre França e Espanha, descobri que por lá, é costume fechar o comércio por duas horas para o almoço, mais ou menos como a siesta espanhola. Também é costume fazer compras em feiras de pequenos produtores da região – legumes, verduras, frutas, cogumelos, carnes, queijos e embutidos. E a melhor coisa: todo mundo é saudável, mesmo comendo manteiga, creme de leite e queijos gordos. O que os habitantes destas cidades fazem é algo que ganha cada vez mais adeptos ao redor do mundo, um movimento chamado Slow Food.

O Slow Food não é simplesmente comer uma boa refeição tranquilamente, mas um manifesto contra o chamado fast life, este corre-corre diário padronizado e industrializado. O lema é fazer as pessoas desenvolverem uma relação com o que comem, ou melhor, ter mais consciência do que comem e uma melhor relação entre as pessoas. Quantas família fazem alguma refeição juntas hoje em dia?

O movimento acredita na tríplice “bom, limpo e justo”: o alimento deve ser bom, gostoso, mas tendo boa procedência, ou seja, cultivado de forma limpa, sem prejuízos à natureza, ao homem e animais, e quem produz deve receber um preço justo por seu trabalho. Aí entra outra questão. O pequeno produtor.

Vá ao supermercado e compre um pé de alface. Depois, vá comprar uma alface de um produtor orgânico que comercializa as próprias verduras. Se você não conseguir diferenciar o sabor, corte a língua e entre para a fila de transplante! Tá certo que a alface do pequeno produtor é mais cara, mas os benefícios vão além do sabor. Produzindo menos, ele tem mais controle e não precisa de adubo químico nem de agrotóxicos – bom para a sua saúde, bom para o produtor e bom para o meio ambiente. Além disso, esta preocupação estimula a culinária regional, sempre perigando virar qualquer coisa com salsinha picada ao redor.

O movimento Slow Food nasceu na Itália, em 1986, quando o McDonalds inaugurou um restaurante em Roma. Os italianos fizeram barulho e o jornalista Carlo Petrini criou o movimento, realmente um manifesto contra a padronização e industrialização do sabor.

Em poucas palavras, Slow Food é transformar alimentos cultivados e criados de forma justa e limpa em pratos saborosos para serem degustados numa mesa com pessoas que se gosta. Simples, não? O “come devagar, garoto” sempre fez muito sentido!

Para mais informações, entre no site do Slow Food Brasil.